Um evento promovido em conjunto entre a Prefeitura de Sinop e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae-MT), reuniu mais de 100 profissionais da construção civil, para debater e promover capacitação da área sobre a ferramenta BIM (Building Information Modeling) e contou com a palestra magna do arquiteto e urbanista, Rogério Suzuki.
Especialista no funcionamento da ferramenta, Suzuki palestrou sobre: Avanços do BIM e os impactos em seu negócio. “A gente veio falar aqui sobre um panorama, sobre o que o mercado está avançando no âmbito da construção, trazer um pouquinho das possibilidades do BIM, mas, principalmente, trazer a realidade para o próprio empresariado começar a entender que a digitalização é um caminho sem volta. Independente de força de lei, existem muitas vantagens para quem utiliza. Então a gente vai trazer as possibilidades e também vai trazer como fazer a adoção”, esclareceu.
BIM é um software finlandês que busca facilitar o trâmite documental entre os escritórios de arquitetura e urbanismo com os entes federados, como a Prefeitura, por exemplo. “O BIM é um acrônimo em inglês, que chama Building Information Modeling, mas, basicamente, é um processo integrado de construção virtual, onde todo mundo trabalha de uma maneira diferente da convencional. Então a gente trabalha com softwares paramétricos, que uma das características é também estar em 3D, mas a gente começa a gerar um valor muito maior, então projetistas geram valor para quem faz planejamento, orçamento, obra. A gente usa o modelo durante a construção e depois usa na gestão e operação”, explicou ele.
A implantação do BIM é regida pela Lei Federal 11.888 de 2024, que dispõe sobre a estratégia nacional de disseminação do BIM no Brasil e passa a ser obrigatório a partir de 2027. A sua adesão ainda é baixa, nacionalmente falando, mas essencial, principalmente para que haja continuidade na captação de recursos junto ao Governo Federal. Scheila Pedroso, secretária de Planejamento Urbano e Habitação, comenta sobre a dificuldade nessa implantação, mas afirma que Sinop não está medindo esforços para que a Prefeitura de Sinop esteja, o quanto antes, 100% dentro da ferramenta.
“É um dos maiores desafios, não só para os municípios, mas também para os escritórios que trabalham na construção civil. Hoje um dos melhores escritórios de Sinop não tem 100% do seu escritório rodando na plataforma BIM. Então é um desafio, tanto para a iniciativa privada, mas para a iniciativa pública ainda maior. Nós tornamos o núcleo de projetos em Secretaria recentemente. Pra que? A importância está em ter essa autonomia, justamente para que a gente possa ter esses momentos de capacitação, de treinamentos e autonomia. Para que a gente possa preparar os nossos profissionais. Sinop precisa ter estrutura para rodar obras públicas com o menor prejuízo possível para a população”, comentou.
Cleifton Bongiovani, Gestor de Projetos do Sebrae-MT, explica que a promoção do evento faz parte das ações da instituição - que é promover a capacitação das micro e pequenas empresas -, bem como fomentar o seu desenvolvimento.
“Nós temos uma missão que é de promover o desenvolvimento, o crescimento e a competitividade das micro e pequenas empresas dentro do país. E no Mato Grosso não é diferente. Com isso, a gente está desenvolvendo, convidando a Prefeitura de Sinop, para o projeto que está sendo um piloto, mas de suma importância, porque a gente vai conseguir desenvolver o setor, capacitar os profissionais dentro da modelagem e ajudar a prefeitura nas áreas de infraestrutura a se aderirem à modelagem da informação”, comentou ele.
Marcelo Sangion, diretor Marsan Empreendimentos, é um dos profissionais que participa do evento e esclarece que o assunto é de suma importância para o setor e o evento serve como uma capacitação para os escritórios que precisam começar a implantar a BIM, mas antes, entender a sua aplicação.
“A gente tem visto que esse é o futuro da engenharia, dos setores de engenharia, provavelmente isso vai ser, dentro de pouco tempo, obrigatório, até para aprovação de projetos dentro dos municípios. Essa plataforma vai acabar se tornando obrigatória agora, a partir de 2027 e em diante, e nós vamos ter que nos adaptar, isso é o futuro chegando. Então, como a gente ainda não trabalha, nós conhecemos o processo, mas a gente ainda não conseguiu implementar na empresa, e o próximo passo é trazer todos os processos, como até o próprio Rogério já comentou, é uma questão de cultura, você implementar um novo sistema, um novo processo, além de complexo, exige mudança de cultura, mudança de pensamentos, implantação de novos processos, então é um pouco complicado no começo, mas depois tudo vai se encaixando”, comentou.
Nesta sexta-feira (28), os psarticipantes puderam ter a experiência de trabalharem, em formato de teste, com a ferramenta para entender os principais dificuldades com o novo sistema.
