Pelo menos 50 famílias da Gleba Mercedes V estão sendo capacitadas para desenvolver e trabalhar com a atividade de piscicultura, em Sinop. Setorizado, o treinamento que já chega em sua terceira etapa, está sendo desenvolvido e ministrado pela Secretari…
Pelo menos 50 famílias da Gleba Mercedes V estão sendo capacitadas para desenvolver e trabalhar com a atividade de piscicultura, em Sinop. Setorizado, o treinamento que já chega em sua terceira etapa, está sendo desenvolvido e ministrado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) a fim de qualificar produtores rurais que serão contemplados com viveiros de piscicultura, o que ajudará a agregar mais renda à essas famílias de pequenos produtores. Com duração de 40 horas, a qualificação busca ensinar, ao pequeno produtor, práticas que vão desde a comercialização, de gestão de manejo, qualidade da água, da parte nutricional e anatômica e fisiologia de peixes tropicais como tambatinga, tambacú, jundiara e jatuarana (matrinxã) que são híbridos, assim como o pintado, o piau e a carpa, considerado um peixe exótico, de fora da região Centro Oeste, mas que serve para a limpeza dos viveiros e venda para ornamentação de aquários. De acordo com o técnico do Senar, Willys Martins, a escolha de espécies regionais facilita o comércio devido aos hábitos alimentares. Ainda segundo ele, o raio de 100 quilômetros, a contar da base Sinop, agrega cerca de 250 mil pessoas e, se incluso 1 Kg de pescado por pessoa, ao mês, é possível afirmar que faltaria peixe no mercado de Sinop. O pequeno produtor da região, Deli Felipe de Souza, que há 18 anos mora na Gleba Mercedes e desenvolve criação de gado, está feliz com a diversificação da sua economia e o implemento na renda da família. “Graças à Deus seremos abençoados com uma represa porque a gente sobreviver só com o gado é muita despesa”, desabafa o pequeno produtor em complemento à fala de Martins que ressaltou o baixo custo da produção de peixes. “A ideia do projeto é que essas famílias consigam ter uma agregação de renda de forma que possa permanecer em sua propriedade, verticalizando a produção e tendo uma melhor renda”, ilustrou o técnico ao ressaltar que são, em média, em Sinop, de 30 a 40 piscicultores cadastrados junto ao Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea), o que ajuda a gerar uma renda de, cerca de, R$ 7 à R$ 8 milhões ao ano. Uma quantificação que leva em consideração e utiliza a mão de obra do trabalhador rural local, fazendo com que a renda gerada fique no próprio município. Genei de Medeiros já pensa em gerar emprego e renda com a atividade. Ele, que mora em Sinop há 38 anos e há 09 reside na Gleba, onde cerca de 10 pessoas dependem de sua atividade econômica, já pensa em contratar uma pessoa para ajudá-lo na atividade. “Primeiramente a gente vai pegar um empregado”, dispara o pequeno produtor rural ao revelar que nunca sentou em um banco de escola e que a sua visão de futuro é do próprio cotidiano: “eu não olho só na minha botina. Eu tenho que olhar lá no horizonte, pra frente, pra ‘mim’ ter um seguimento de vida”. Daniel Brolese, secretário da pasta de Desenvolvimento Econômico, revela que, a partir desse curso de capacitação, o município passará a ter uma visão mais específica e detalhada da diversificação de atividades econômicas que podem complementar a renda de famílias mais periféricas do município. “O papel do Poder Público também implica em direcionar e impulsionar o crescimento da economia local”. Com o registro de pouco mais de 60 mil/t, Mato Grosso figura como o segundo maior produtor de pescado de água doce do país. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo menos, 12,8% da produção nacional sai das águas mato-grossenses. Desde o ano passado (2016) a atividade passou a ser estimulada com a liberação de crédito através do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO-Rural). A propriedade onde foi realizado esta etapa do treinamento foi cedida e já desenvolve a atividade de piscicultura de forma profissional, uma atividade altamente lucrativa que, de acordo com o técnico do Senar, pode proporcional um lucro real de cerca de 300% no quilo comercializado, haja vista o alto valor agregado ao produto e o seu baixo custo de despesa.