Há 42 anos o artesanato entrou na vida da dona Francisca da Silva Santos, moradora de Sinop. E, há pelo menos 17 desses, a atividade tornou-se a única fonte de renda para a família. Ela e o marido, que faleceu nesse ano, descobriram nessa atividade uma…
Há 42 anos o artesanato entrou na vida da dona Francisca da Silva Santos, moradora de Sinop. E, há pelo menos 17 desses, a atividade tornou-se a única fonte de renda para a família. Ela e o marido, que faleceu nesse ano, descobriram nessa atividade uma maneira de trabalhar e, ao mesmo tempo, descansar. "Serve como uma terapia", lembra Francisca. Com toques de paciência e muita agilidade, das mãos da artesã são produzidas bonecas de pano, pesos de porta, mensageiros do vento, peças que usam o coco, entre outras matérias primas da região. "Meu contato foi quando fui trabalhar no Incra, em 1974. Fiz uns cursos em Brasília e comecei a gostar. O artesanato é a minha vida, minha sobrevivência", narra a artesã. Inspirada no conceito das biojoias, a artesã Nair Schneider usa sua arte para divulgar projetos sustentáveis e que utilizam produtos da terra. Além de artista, ela preside ainda a Associação dos Artesãos de Sinop, entidade que conta com aproximadamente 40 profissionais que se dedicam às mais diversas produções. Francisca e Nair foram duas dentre um grupo de artesãos que entre sexta-feira (04) e o domingo (06) expuseram um pouco de seus trabalhos na praça localizada em frente à Catedral Sagrado Coração de Jesus, no coração de Sinop, abrindo o projeto da Prefeitura de Sinop que pretende tornar a área como um ponto permanente de cultura e arte. A praça vinha sendo ocupada por moradores em situação de rua e que, também na sexta, foram beneficiados por uma série de ações realizadas pela Secretaria Municipal de Assistência Social, Trabalho e Habitação, assegurando o retorno aos seus lares, terras natais, bem como o encaminhamento para tratamento da dependência química. A iniciativa em utilizar a praça como uma vitrine para exposição de trabalhos em diferentes segmentos culturais agradou ao grupo de artesãos, no fim de semana. "A gente fica feliz por ter mais esse espaço, além da Casa dos Artesãos. Aqui estaremos divulgando nosso trabalho sobre o aproveitamento da madeira, resíduos, trabalhos com vasos, cadeiras, brinquedos, tábuas de carnes, crochê. Que venham mais projetos, trabalhos para aproveitar esse espaço no centro da cidade. É uma oportunidade única e vamos torcer para que as pessoas participem, prestigiem não apenas o artesanato", celebrou a artesã Nair Schneider. De acordo com o diretor de Cultura, Daniel Coutinho, esta é para ser uma agenda permanente para todos os finais de semana deste ano. O projeto Arte na Praça funcionará, às sextas-feiras, das 17h às 22h, aos sábados, das 08h às 22h e aos domingos, das 08h às 12. Nesse domingo, excepcionalmente, os artesãos não exporão por ser dia dos pais. O projeto Arte na Praça conta com os produtos de cerca de 20 artesãos e leva, à população de Sinop, artesanato de grande e pequeno porte, como mesas, bancos, cadeiras, cachepôs, aparadores, tapetes, colares, canetas, chaveiros, bolsas, guardanapos, suporte para prato e decorações em geral. A praça é franqueada à todo tipo de manifestação cultural, basta os interessados procurarem o Departamento de Cultura e fazer o agendamento.