Empinar pipa, papagaio, arraia, raia, coruja. O nome pode variar de acordo com a região do país mas, essencialmente, trata-se de um mesmo objeto: geralmente construído com papel colorido, armação de madeira e uma cauda com tiras de papel ou pl&a…
Empinar pipa, papagaio, arraia, raia, coruja. O nome pode variar de acordo com a região do país mas, essencialmente, trata-se de um mesmo objeto: geralmente construído com papel colorido, armação de madeira e uma cauda com tiras de papel ou plástico amarradas em uma linha. Em tempos de modernidade e crianças cada vez mais tecnológicas, adeptas de aparelhos eletrônicos como tablets e celulares, o brinquedo confeccionado de forma manual pode parecer até mesmo desconhecido ou pouco familiar aos pequenos. "Hoje em dia percebemos, de modo geral, crianças muito focadas em jogos eletrônicos", lembra a professora Ana Cláudia Garcia de Souza, da Escola Municipal de Educação Básica Uilibaldo Vieira Gobo. A unidade de ensino, localizada no quilômetro 840 da BR-163, no setor industrial norte, encontrou uma maneira divertida e lúdica de resgatar o espírito do soltar pipa. Conforme explica a professora Ana Cláudia que, também, é diretora da unidade, trata-se de um festival de pipas organizado pelos profissionais da escola e programado para o dia 06 de setembro, véspera do feriado da Independência. A iniciativa, conforme explica a diretora, surgiu após diálogo com os educadores, visando proporcionar aos 182 estudantes um momento de 'retorno' aos costumes de pais e responsáveis, em relação às brincadeiras antigas. O festival será realizado em dois horários: pela manhã, entre 9h e 11h, e tarde, das 15h às 17h. "Quando trazemos a brincadeira para a escola, as famílias, a gente revive essa tradição, esse momento. Isso tudo é contagiante e, além de colorir o céu, teremos pais, primos, tios, familiares, funcionários da escola envolvidos", destaca a diretora. As atividades serão realizadas no pátio da escola, evitando que as crianças deixem o espaço. "Aqui na escola temos um pátio bem grande e sem acesso aos fios. Contaremos com a ajuda da Polícia Militar, por meio da ronda escolar", lembra, ainda, a diretora. Conforme a pedagoga e mestre em Educação Jaqueline Diel, da Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Cultura, a ação do brincar contribui de forma significativa com a aprendizagem das crianças. Ainda de acordo com a pedagoga, realizar ações dessa natureza superam as expectativas dos professores e os resultados são visíveis. "O resgate de uma brincadeira remete à história de quem brincava, onde brincava e em que época brincava, e isso faz com que os alunos busquem com seus familiares esse diálogo. As ações das escolas perpassam muito além dos muros escolares e valorizar essas ações demonstra que através de um 'soltar pipas' os alunos soltam a imaginação, proporcionando experiências para suas vidas", avalia a pedagoga.
Autor: Leandro J. Nascimento