Uma ação conjunta de educação ambiental realizada pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, regional Sinop, e demais parceiros, resultou em flagrantes de pesca predatória no rio Teles Pires, a partir do uso de petrechos proibidos, neste domingo (08). Desde 1º de outubro vigora a Piracema nas bacias hidrográficas do Paraguai, Amazônica e Araguaia-Tocantins em Mato Grosso. Pontos de fixação permanente de ceva foram encontrados em pesqueiros. Molinetes, rede, linhadas, amarras, entre outros itens, acabaram apreendidos pelos agentes ambientais, além, também, de flagrante de pesca durante o período proibitivo de defeso. Conforme explica a secretária municipal Luciane Bertinatto, a ação do grupo objetivou atuar em frentes de limpeza e retirada de lixo e resíduos do rio Teles Pires e margens. Exemplares de garrafas plásticas, latas de bebida alcoólicas, sacos plásticos, vidros, tambores de plásticos foram recolhidos. "Observamos que tem muito material como isopor, plástico, galão. É um problema, pois isso no rio pode causar sérios danos ambientais. A consciência do cidadão é a parte mais importante do processo. Se queremos continuar com esta beleza que temos é preciso que a conservemos", destacou Luciane. A maior parte dos materiais foi retirada das regiões onde ficam os pesqueiros instalados às margens do rio Teles Pires. "Já na primeira hora de fiscalização e limpeza do rio nos deparamos com pescador, fizemos apreensão do molinete, da vara e foi lavado um auto de infração", expõe Sandro Depiné, diretor regional da Sema em Sinop. O trabalho realizado durante toda a manhã de domingo mobilizou parcerios como as Secretarias Municipais de Obras e Serviços Urbanos (SOSU), Desenvolvimento Econômico (SEDEC), o Instituto Ação Verde, Jeep Clube Sinop e Corpo de Bombeiros. Em uma das frentes de trabalho estavam os membros do Jeep Clube Sinop. Joviano Mocko, tesoureiro do clube, lembrou dos riscos ambientais que os materiais os localizados representam à época de cheia no rio, geralmente no mês de dezembro. "Agora o rio está baixo, mas quando do período da chuva ele sobe muito e passa [a água] levando tudo rio abaixo. Todo mundo depende do meio ambiente e, se estamos aqui usufruindo disso, a gente pede que respeitemos [o rio]", destacou. Em outra embarcação, servidores da secretaria de Meio Ambiente e o Instituto Ação Verde realizavam a retirada das cevas fixas instaladas no rio. Como explica o coordenador da Ação Verde em Sinop, Anderson Eduardo Wagner, o uso deste método, que consiste em uma forma de ampliar a concentração de cardumes de peixes, geralmente pela oferta vasta de alimento como a soja, é proibido por lei, quando há fixação permanente. "Pegam um tambor, perfuram e colocam soja e milho. O problema da ceva é que é proibida. A soja verde, sem ser torrada, produz um inchaço no estômago do peixe e ele acaba morrendo, como se diz, de barriga cheia. É uma prática de pegar o peixe de uma forma mais fácil", lembrou Anderson. Para facilitar a permanência das cevas no rio, alguns dos tambores são fixados com pedras de concreto, como registrado durante a ação ambiental. "Eles colocam pedras pesadas no fundo e tem que ser duas ou três pessoas para tirar [os galões do rio]", afirmou o servidor Sérgio Mendes de Almeida, minutos após encontrar um caso desta natureza. A ação deste domingo foi avaliada de forma positiva pelos agentes envolvidos. E, no entendimento dos parceiros, não basta apenas atuar na retirada de resíduos do rio, mas, especialmente, haver consciência ambiental pelos frequentadores das embarcações e pesqueiros. "Cada um tem que fazer sua parte", disse o motorista Anderson dos Santos, que participou da ação. "Muitos, em vez de desfrutar do lugar, que é um lugar da nossa cidade, em vez de cuidar desse belo rio que temos na região, trazem lixo. Em vez trazer e levar para suas casas para descartar em um lugar adequado, deixam dentro do rio. Muito triste", completou Ederson Fernando Farias, presidente do Jeep Clube Sinop. Apoio O trabalho de educação ambiental contou, ainda, com apoio de empresas privadas como: Casa do Pescador, Marina Sinop, Posto Trevão, Bianchi Alimentos, Acessórios Cometa e Sabores do Sul.
Autor: Leandro J. Nascimento